quarta-feira, 20 de abril de 2011

Educação: Pais e Filhos...


Desde mais nova sempre parei para imaginar como seria a evolução do mundo ano após ano, década após década e geração após geração, tanto no cenário econômico, social e tecnológico. Sempre idealizei algo positivo, que de certa forma, seria o resultado de um "amadurecimento" que se vem com experiências vividas ou observadas ao longo do tempo. No entanto, na realidade não funciona desse jeito linear que tanto pensava. Cada dia que passa nos surpreendemos mais e mais com os avanços da tecnologia: praticidade, conforto, comodismo... Tudo o que satisfaz o nosso ego, o nosso corpo e a nossa mente. O acesso à informação da maneira mais simples que se pode ter: ao clique de um mouse ou nas pontas dos dedos ao celular, com a difusão de forma igual ou maior que a velocidade da luz. Daí me questiono: e a nossa sociedade, por que não evolui tanto quanto à tecnologia? Por que contraria o lema da nossa bandeira "Ordem e Progresso"?

Diante dos fatos e notícias que acompanhamos diariamente, só uma coisa fica evidente: a sociedade regride. E regride de forma abrupta. E a razão? Sou taxativa: EDUCAÇÃO! Não só a educação que cobramos dos nossos governantes, que é um direito que nos assiste, mas principalmente a educação doméstica. Esta sim, tanto quanto, ou até mais do que a outra, é fundamental para a nossa formação como pessoa. É através da educação que recebemos em casa é que passamos a discernir o que é certo, o que é errado... Quais são nossos direitos e deveres... O que é moral e o que é ilegal. É esta educação que tem deixado a desejar... Crianças a cada dia que passa mais agressivas e violentas, tanto em suas próprias casas como na escola. Não respeitam os mais velhos, os pais, nem mesmo seus professores, que outrora, exerciam a imagem de um "semideus" na sala de aula.

Me pego pensando em outros tempos... Para não ir muito longe, volto à minha geração e comparo certos aspectos com a geração atual. Na minha fase de criança e adolescente tudo era mais organizado. Tinha a hora de ir à escola, ao reforço escolar, de brincar na rua, tomar banho e hora de dormir. Não que isso fosse uma rotina, mas sim uma disciplina. Tínhamos limites. Retrucar à reclamação de alguém mais velho? Nem pensar... Falar mais alto que os pais? Rendia uma boa surra. Hoje tudo é o inverso. Nem sei mais quem é o pai e quem é o filho. As crianças crescem cada vez mais independentes, soltas, mesmo sem ter a sua personalidade formada ainda. Por que a educação doméstica está afetada hoje dia? Será que a correria do dia a dia, o stress, a falta de tempo e paciência são fatores determinantes para que isto ocorra? Acredito que sim. É este conjunto que tem degradado a base, mas ele não pode ser usado como desculpa para justificar a ausência de um pulso firme, de limitações, da presença de alguém que direcione um ser que se encontra em desenvolvimento.

Acho que devemos encontrar um tempo para tudo. Não adianta trabalhar tanto para poder proporcionar tudo do bom e do melhor para seus filhos, se o principal eles não tiverem: um momento com você. Um momento para conversar, rir, rolar no chão, brigar... Alguém que está ali para lhe conceder direitos e cobrar deveres, disciplinar, passar valores. Para mim, educar é amar. É não desistir. Não deixar as coisas se resolverem por si só. É direcionar. Errar e consertar. É aprender junto. É saber ouvir, perceber. É minimizar o abismo entre o que você fala e o que você faz, pois "A palavra convence, mas o exemplo arrasta."

Um comentário:

  1. Apaixone-se por seu talento mesmo que seu senso crítico insista para você escolher realizar outras coisas, mais convenientes.Invista na escrita e mostre o dom que tens...Belo texto, belas palavras.

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